Postagens populares

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vacina Contra Dermatofitose - BIOCAN® M PLUS

A grande novidade é que já existe a Vacina  para  a Dermatofitose  e ela pode usada tanto para prevenção da doença quanto para tratamento. Já estou realizando a vacina em meus pacientes e estou obtendo ótimos resultados. Segue algumas informações importantes sobre a vacina.
BIOCAN® M PLUS – VACINA CONTRA A DERMATOFITOSE CANINA E FELINA.


De acordo com o importador, a vacina Biocan® M Plus:

• age somente contra o dermatófito (fungo) Microsporum canis;

• pode ser utilizada a partir dos 3 meses de idade (cães e gatos);

não pode ser utilizada em fêmeas grávidas;

• tem ação profilática (evita a doença) e terapêutica (cura a doença);
"No esquema de vacinação, tanto preventivo quanto terapêutico, os animais vacinados pela primeira vez devem receber uma dose de reforço com um intervalo entre 14 e 21 dias.";
• "No caso de vacinação com finalidade terapêutica, uma terceira dose da vacina deve ser aplicada, se necessário, com 21 dias após a revacinação, e repetida anualmente a critério do Médico Veterinário."

Os Gatos Brancos de Olhos azuis e a possível surdez.

O gato branco
Chamam-lhe o Snowcat, porque não são raras as vezes em que é encontrado na neve. O pêlo branco de um nfo w é derivado à ausência quase total de pigmentação e pode resultar de três causas genéticas possíveis:
1. Albinismo 
O processo é facilmente identificado porque os gatinhos nascem com os olhos cor-de-rosa ou de um azul muito ténue.
2. Spotting branco completo
Os gatinhos que apresentam alguma cor não branca quando são bebés tornam-se brancos completos por acção em larga escala do gene spotting ou seja pela multiplicação do espaço que ocupam as manchas de branco.
3. Branco dominante 
Trata-se do gene W, dominante sobre todos os outros, ou seja, cobre na totalidade qualquer outra cor que exista por baixo. É a origem mais comum de gatos brancos.
O branco é então uma capa do que está por baixo. Uma máscara, que dificulta o trabalho dos criadores. Estes apenas conseguem adivinhar a verdadeira cor do progenitor depois de algumas ninhadas e com o estudo atento do pedigree dos progenitores.
Nos cruzamentos, um branco que esconde vermelho por baixo funciona como se fosse um gato vermelho. O mesmo acontece se for preto, azul ou creme, agouti ou não agouti. Na prática, um gato branco pai ou mãe só garante uma coisa: há forte probabilidade da existência de gatos brancos na ninhada. Isto porque, devido a ser dominante, basta que o gene seja transmitido ao descendente para que este passe a ser branco também.

W
w
w
Ww
ww
w
Ww
ww
Resultado: 50 por cento de gatos brancos, 50 por cento de não brancos.
NOTA: crê-se que o homozigótico WW não chega a nascer, por não conseguir subsistir, e essa é uma das razões mais fortes por que não se devem cruzar dois gatos brancos.

W
W
W
WW
WW
w
Ww
Ww

A surdez no gato branco
É um campo muito sensível na criação e sem dados científicos ainda. A única conclusão que existe é que se pode medir o grau de surdez através de um teste chamado BAER. Este teste não existe em todos os países europeus, mas é praticado de forma bastante comum na Escandinávia. Deverá ser o plano mínimo de sustentação da criação com gatos de cor branca.
Neste ponto específico, há várias teorias, tendo algumas sido colocadas em causa recentemente.

Acredita-se que:

- os gatos brancos com olhos azuis têm mais probabilidades de ser surdos do que os de olhos cobre (laranja) ou díspares (um azul, outro laranja);
- os gatos brancos cuja causa foi o gene branco dominante (W) são mais facilmente surdos do que os que derivam do gene spotting em larga escala e do albinismo, que são paradoxalmente menos comuns;

- os gatos brancos com um dos pais vermelho ou creme têm menos probabilidades de ser surdo.

As dúvidas sobre isto são muitas e parece que não vão acabar tão cedo. Recordo que o que está escrito acima são apenas teorias. Não existem provas científicas de qualquer uma delas.

O gene epistático W e a surdez
«O gene que faz com que o gato seja puramente branco é dominante. Este alelo inibe o funcionamento normal da coloração celular, logo nenhuma cor é produzida. Um gato completamente branco carrega os genes para vermelho/preto (red/black), agouti/não-agouti, diluidor/não-diluidor, etc. O gene para o branco é epistático.
Gatos puramente brancos têm frequentemente um sinal colorido na cabeça quando nascem. Ele desaparece quando o gato desenvolve o seu pêlo de adulto. O sinal pode revelar que cor o gato tem atrás do branco.
Os gatos brancos têm olhos amarelos, azuis ou um branco e outro azul (gato de olhos ímpares/ odd-eyed). Não conhecemos como a cor dos olhos neste caso é herdada.
Os gatos brancos são frequentemente surdos. Isto deve-se a uma mudança degenerativa da cóclea no ouvido interno. A surdez é definitivamente mais comum em gatos brancos de olhos azuis do que nos de olhos amarelos, mas existem gatos bancos de olhos amarelos que são surdos e gatos brancos de olhos azuis que têm audição normal. Gatos podem igualmente ser surdos em apenas um ouvido. Gatos com olhos ímpares (um azul e outro amarelo) são frequentemente surdos de um ouvido e justamente a surdez manifesta-se no posicionado no mesmo lado do olho azul. “ PAWPEDS
Algumas ideias para completar o artigo de cima: crê-se que o gato WW não existe, ou seja um branco com dois genes epistáticos dominantes. Ele morrerá ainda no útero e é uma forte razão para não criar com dois brancos (Ww + Ww)... Tabela de Punnett: 25% WW (que não nascem), 50% Ww (brancos heterozigóticos) e 25% ww (não brancos!).
Há uma incorrecção no texto traduzido do Pawpeds. Odd-eyes ou olhos díspares não designam um olho azul e outro branco mas sim um olho azul e outro não azul (laranja, ou seja, castanho ou verde). Aliás, acredita-se que o azul é precisamente a ausência de cor nas células do olho.
O W dominante bloqueia a migração das células que se encarregarão da produção de cor por todo o corpo (atenção, isto não é linguagem científica) a partir da crista neural (situada no tubo neural ainda no embrião, que será o precursor do sistema nervoso central com a formação do cérebro e da espinal medula) e o resultado é um manto branco completo. Às vezes nos bebés falha apenas o topo da cabeça com uma pequena zona colorida (a cor que W impediu que se desenvolvesse) mas desaparecerá em adulto.
O problema é que o W epistático pode também impedir que as células encarregues de produzir o sistema auditivo viajem por completo para o respectivo local originando uma deficiência e a surdez, que pode ser unilateral (um ouvido) ou bilateral (os dois).
E ainda esse mesmo W epistático dominante (Ww) pode impedir que as células responsáveis pela formação da cor dos olhos viajem também da crista neural para o seu local resultando em total ausência de cor, ou seja... olhos azuis!! Também aqui a expressão pode ser bilateral (dois olhos azuis) ou unilateral (olhos díspares)... ;)))
Parece haver uma forte relação entre a expressão do gene W epistático e a presença de olhos azuis e surdez. Quanto mais forte a expressão maior a probabilidade. Daí a maior presença de surdez em gatos de olhos azuis. Mas um gato branco pode evidentemente ser surdo. Depende do que o W deixa passar!
A geneticista Lorraine Shelton (EUA) defende nas suas teses a esterilização de todos os gatos brancos de olhos azuis e a sua remoção dos planos de criação. Mas não deixa de ser polémico...
Atenção que este gene - o W epistático (Ww) - não tem nada a ver com o branco em algumas partes do corpo, mesmo em caso de gatos van ou arlequins. Esse é outro gene, é designado por "S" e é de dominância incompleta.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Leishmaniose

O que é leishmaniose?
A Leishmaniose canina é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito infectado (fêmeas da espécie Lutzomia longipalpis - também conhecido por mosquito-palha). Trata-se é uma doença sistêmica grave, de curso lento e crônico. Trata-se de uma zoonose portanto merece sua importância na saúde pública
O calazar canino, do ponto de vista epidemiológico, é considerado mais importante que a doença humana, pois além de ser mais prevalente, apresenta um grande contingente de animais infectados com parasitismo cutâneo, que servem como fonte de infecção para os insetos vetores. Estas características tornam o cão doméstico o principal reservatório do parasito. Durante epidemias o homem também pode servir como reservatório do parasito, para a infecção do inseto vetor.
Sintomas:
  • Perda de peso e/ou falta de apetite
  • Apatia e debilidade
  • Seborréia, feridas que não cicatrizam
  • Crescimento rápido das unhas
  • Anemia
  • Inchaco dos ganglios
  • Insuficiencia Renal
  • Diarreias persistentes, vomitos
  • Lesoes Oculares (conjuntivites)
  • Hemorragia nasal (epistaxe)
  • Ferimentos ao redor dos olhos e na pele
Vale a pena lembrar que a grande maioria dos cães, 60% são assintomáticos
Como prevenir?
Pode-se prevenir a leishmaniose através na vacina leishmune, uso de coleiras apropriadas e repelentes a base de citronela de preferência. O flebótomo , o mosquito-palha, é um inseto bem pequeno e costuma se reproduzir em locais com muita matéria orgânica em decomposição. Portanto evitar acúmulos de lixo de casa é uma maneira contribuir para a saúde do meio ambiente e ao mesmo tempo evitar a proliferação dos mosquitos. Lembre-se lugar de lixo é no lixo
Controle da Doença:
A expansão da doença canina e seu potencial zoonótico levaram, por parte das autoridades sanitárias, o direcionamento do controle para a população canina, baseado no inquérito sorológico e sacrifício dos cães positivos. Com a argumentação de que a carência econômica existente no país aumenta o contingente de humanos susceptíveis, em decorrência principalmente da desnutrição e condições inadequadas de vida, o sacrifício dos cães tem sido nas últimas 4 décadas a base de controle adotada no Brasil. Esta prática é hoje inaceitável na Europa e cada vez mais contestada pelos proprietários de cães e pela comunidade de veterinários de pequenos animais, sobretudo pelo crescente número de publicações científicas sobre o tratamento canino.
Os esforços para o controle dos vetores são direcionados, principalmente para as formas adultas dos flebótomos, pois os criadouros da maioria das espécies são ainda desconhecidos. O uso de inseticidas residuais (DDT, fosforados e piretróides sintéticos) no interior das casas e abrigos de animais é considerado eficiente para reduzir a população peridoméstica dos flebótomos e conseqüentemente a transmissão parasitária. Entretanto o efeito é temporário e exige um programa contínuo. No Brasil as ações de controle do vetor foram sempre descontínuas por diversas razões. A liberação de verbas, a alocação e contratação de mão-de-obra dependem de decisões políticas orçamentárias. Os programas que são implementados não surtem o efeito esperado e como conseqüência ocorre a reinfestação dos ambientes e reaparecimento de casos humanos e caninos de calazar. Ainda não foram relatados, no Brasil, casos de resistência aos inseticidas comumente utilizados.

A eutanásia de cães soropositivos é uma medida de controle recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), contudo a própria entidade reconhece que existem cães de grande valor afetivo, econômico e prático e por isso não podem ser indiscriminadamente destruídos. Profissionais ligados aos órgãos públicos de controle a leishmaniose visceral observam que o momento da busca do cão para eliminação é carregado de forte componente emocional, significando a determinação da “sentença de morte” para um “membro da família” dada a significância que o cão tem no ambiente familiar. Este sentimento faz com que muitos proprietários de cães não aceitem esta estratégia de controle, proporcionando alto índice de recusas, contribuindo para a manutenção da cadeia de transmissão. São necessárias, adoção de medidas alternativas que possam suprimir esta lacuna no controle, além de diminuir o ônus emocional que a mesma representa.
Entretanto, a resistência por parte dos proprietários em entregar os cães para a eutanásia, baseia-se não somente no papel que o cão assume no contexto familiar. Principalmente nos meios urbanos, estes animais executam diversas funções como: guarda, salvamento, guia de paraplégicos, prática de esportes, repressão à criminalidade e ao tráfico de drogas, além do valor cinófilo de alguns exemplares.
O conhecimento de que a doença canina não é uniformemente fatal e que alguns cães podem apresentar cura espontânea, levou a comunidade científica médico-veterinária à experimentação de tratamento dos animais. Os resultados obtidos conduziram a protocolos bem sucedidos já aplicados em alguns países. A OMS reconhece que a eutanásia dos cães infectados, na maioria dos países, se reserva cada vez mais para casos especiais, como resistência aos fármacos, recaídas repetidas ou situações epidemiológicas perigosas, pois a maioria dos veterinários preferem administrar um tratamento antileishmaniótico, acompanhando atentamente as recaídas.

Os mesmos estudos indicam que a opção pela eliminação de cães, deveria ser em escala de importância, a terceira medida adotada. Outra crítica a esta opção, é a pouca agilidade observada entre a coleta de material, realização do diagnóstico e a ação de busca de cães infectados e sua eliminação, caso fosse realizada de forma ideal, isto é, baseada em melhores técnicas diagnósticas de forma ágil, poderia resultar em algum impacto sobre a transmissão, porém apenas de forma linear. Neste contexto, os autores verificaram que o tratamento canino reflete significado semelhante ao do sacrifício no controle de leishmaniose visceral canina.
Uma medida direcionada à população canina que não pode ser esquecida é o controle de cães vadios, modestamente realizados nos centros urbanos brasileiros, que deveria ser assumida como prioridade, pois estes animais podem ser veiculadores não somente de Leishmaniose , mas também de outros agentes zoonóticos.
Tratamento:
O tratamento do calazar canino é visto, no contexto do grande avanço de qualidade da assistência veterinária. As opções de protocolos distintos conferem aos pacientes grandes possibilidades de melhora clínica e menores índices de recidivas. Entretanto, são prolongados com o tempo tornam-se caros e em alguns casos são ineficientes.
A opção pelo tratamento de um cão com calazar deve considerar parâmetros ligados à condição clínica do paciente e a participação consciente do proprietário, os quais irão determinar os critérios de tratamento e sua viabilidade. O paciente deve ser avaliado pelo médico veterinário através de detalhado exame clínico e laboratorial, que inclui a confirmação do diagnóstico sorológico, com determinação do limite da diluição positiva e da presença do parasito em amostra de pele, punção de linfonodos e de medula óssea, através de técnicas citológicas ou histológicas. Exames complementares de hemograma, testes bioquímicos de função renal e hepática e perfil eletroforético das proteínas séricas, permitirão ao clínico prognosticar e decidir sobre a indicação do tratamento. Infecções concomitantes como babesiose, erlichiose, demodicose, escabiose, hepatozoonose, criptococose e dirofilariose devem ser consideradas a fim de se estabelecer a prioridade de tratamento entre as enfermidades diagnosticadas.
Confirmada a doença e apresentando o animal condições para execução do tratamento, é de suma importância o diálogo franco com seu proprietário. O esclarecimento detalhado sobre a doença, sua condição de enfermidade crônica e incurável, a necessidade de medidas profiláticas concomitantes ao tratamento e seus custos devem ser relatados. Entre os custos, incluem-se medicamentos, serviços veterinários e exames laboratoriais realizados trimestralmente.
A opção pelo tratamento só se dará mediante a confirmação da qualidade clínica do paciente associada ao compromisso do proprietário.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dermatofitose


 

É uma doença de pele, causada por Fungos:

Microsporum canis, Trichophyton mentagrophytes, Microsporum gypseum, pode se chamada de "micose","tinha", "ringworm"..
 
 
ANIMAIS AFETADOS
 
Cães, gatos, seres humanos, cavalos, vacas e outros mamíferos. A "tinha" ou "ringworm" pode ser transmitida entre pessoas e animais.
 
 
VISÃO GERAL
 
A dermatofitose, que é uma infecção causada por fungos, também é conhecida como "tinha" ou "ringworm" devido à aparência da lesão de pele característica da doença: uma área circular de perda de pêlo com a borda externa alta e avermelhada. Estas lesões são resultado de uma reação inflamatória ao fungo. Cães e gatos são infectados pelo fungo Microsporum canis com maior freqüência, mas outros tipos de fungo também podem causar a dermatofitose.
 
Os gatos, especialmente das raças de pêlos longos, apresentam uma forma de infecção mais generalizada que a dos cães. Estes animais podem ser portadores crônicos do fungo mesmo que não apresentem nenhum sinal da infecção.
 
A dermatofitose pode ser transmitida para os seres humanos; sendo assim, os proprietários de animais infectados devem considerar a possibilidade de deixá-los de quarentena, até que a infecção seja curada. Devem ser tomadas precauções durante o tratamento dos animais, de modo a evitar contaminação humana e ambiental.

                                                                         Microsporum canis em Humanos.
 
 
SINAIS CLÍNICOS
 
Os sinais clínicos incluem alopecia em falhas circulares, descamação, pústulas foliculares, eritema, hiper-pigmentação e prurido. As lesões de pele comumente se localizam na cauda, patas, face e orelhas. As síndromes clínicas, todavia, podem variar. Sendo assim, o diagnóstico da dermatofitose deve ser efetuado em condições diferentes do padrão de outras erupções de pele.

 

 
 
SINTOMAS
 
Pode ser notada perda de pêlo, causando falhas de formato circular. Pode acontecer descamação, pele avermelhada, inchaços ou espinhas, pele escurecida, coceira. A face, orelhas, patas e cauda são as áreas geralmente mais afetadas.

                                                         Forma generalizada no corpo de um gato.
 
 
DESCRIÇÃO
 
A "tinha" ou ringworm (dermatofitose) é uma infecção por fungo que costuma afetar cabelos, unhas e as camadas superficiais da pele. Os tipos mais comuns de fungos observados em cães e gatos são o Microsporum canis, o Trichophyton mentagrophytes e o Microsporum gypseum.
 
Os animais entram em contato com os esporos infectados dos fungos, tanto em ambientes internos quanto externos. O solo contaminado é uma fonte comum da infecção, bem como outros animais infectados com a "tinha". Nem todos os animais que são expostos aos esporos do fungo, desenvolvem a infecção e, mesmo que esta ocorra, o cão ou gato podem não apresentar sinais clínicos da doença, sendo apenas um portador assintomático. O sinal clínico clássico da "tinha" ou ringworm é a falha circular de pêlo com um anel vermelho de inflamação. Entretanto, nem todos os animais infectados têm este tipo de lesão. Na verdade, como os sintomas da doença podem variar muito, a dermatofitose deveria ser considerada como uma possível causa de afecção dermatológica em todos os quadros de erupção de pele.
 
Embora a maior parte dos cães e gatos saudáveis seja capaz de eliminar sozinha as infecções por fungos, alguns casos podem ser bem difíceis de curar. O status de portador assintomático pode complicar as coisas. Como a presença da afecção está oculta nesses casos, os proprietários não sabem como tomar medidas preventivas contra a disseminação da infecção. Os animais que não respondem ao tratamento, especialmente aqueles que vivem em casas com vários gatos, devem ser levados a um dermatologista veterinário.
 
 
DIAGNÓSTICO
 
Após um histórico detalhado e exame físico, devem ser feitos testes para descartar outras afecções dermatológicas com sinais semelhantes, como infecção bacteriana e infestação por parasitas. Uma lâmpada especial, conhecida como lâmpada de Wood, pode ser usada como teste rudimentar de detecção da dermatofitose. Infelizmente, apenas 50% de um tipo específico de fungo, chamado de Microsporum canis fica fluorescente no pêlo do animal, com a cor de maçã verde característica. Sendo assim, um resultado negativo com a lâmpada de Wood não descarta a possibilidade da presença de dermatofitose.

 

                  O Uso da Lâmpada de Wood (foto) pode ajudar no diagnóstico pelo aspecto fluorescente característico.


 
Um método mais confiável de diagnosticar o problema é conduzir uma cultura de fungos em pêlos recolhidos da área em torno da lesão, arrancando-os com um instrumento limpo ou escovando-os com uma escova de dente nova. Para identificar a fonte da infecção, o crescimento do fungo é avaliado sob o microscópio para se determinar o tipo de fungo presente. A análise do material de acordo com o seu crescimento em meio estéril poderá descartar falsos resultados positivos que poderiam, de outra forma, ser causados por contaminação ambiental.
 
O veterinário poderá examinar os pêlos recolhidos ao microscópio para procurar evidências de unidade de fungos associados à raiz capilar. Este exame, no entanto, toma muito tempo e tem uma porcentagem apenas entre 40 e 70 por cento de êxito na detecção da dermatofitose. Em animais com anormalidades dermatológicas sérias, podem ser feitas biópsias de pele. Embora uma biópsia possa indicar uma real infecção por fungo, em vez de sua presença apenas temporária, este procedimento oferece um diagnóstico menos confiável do que a cultura dos fungos. Muitas vezes, este exame é realizado quando as lesões de pele não têm condições para que se faça a cultura para os fungos causadores da dermatofitose.
 
 
PROGNÓSTICO
 
A maioria dos animais saudáveis é capaz de se livrar sozinha de uma infecção por fungo, mas o processo leva meses. Devido ao potencial zoonótico da doença, deve-se procurar tratamento médico para apressar a eliminação da dermatofitose e diminuir a contaminação do ambiente com os esporos infectados por fungos.
 
 
TRANSMISSÃO OU CAUSA
 
A dermatofitose é transmitida pelo ambiente ao animal. O fungo pode infectar os pêlos, unhas ou pele e depois ser passado, através dos pêlos infectados ou escamas da pele, para outro animal. Todos os materiais de dormir, pentes, tesouras de tosa, gaiolas ou qualquer objeto que esteve em contato com o animal tornam-se fontes de infecção em potencial. Outras fontes de infecção incluem terra e roedores. Os fatores de risco incluem má-nutrição, higiene deficiente e aglomeração de animais num mesmo alojamento. Além disto, há um risco crescente para animais que têm o sistema imunológico comprometido em decorrência de doença ou medicamentos.
 
 
TRATAMENTO
 
Como a dermatofitose é uma doença infecciosa, os animais afetados devem ser mantidos em quarentena na casa do dono até estarem curados. Todos os animais afetados ou portadores assintomáticos da casa devem receber tratamento tópico, o que pode incluir a tosa do pêlo e a aplicação de um ungüento antifúngico na pele, ou banhos com xampu e de imersão do cão ou gato com produtos medicinais. O veterinário responsável poderá indicar o melhor procedimento, de acordo com a localização das lesões. Deve-se continuar o tratamento tópico até que a cultura dos fungos dê resultados negativos. Animais que aparentemente não estejam respondendo ao tratamento tópico, de duas a quatro semanas, devem receber medicação suplementar por via oral para erradicar a infecção com mais rapidez. 
 
O medicamento oral antifúngico mais utilizado é a griseofulvina, mas algumas infecções por fungos podem ser resistentes a ele. Ademais, alguns animais, especialmente gatos, não toleram a griseofulvina e podem desenvolver um efeito colateral grave, que é a deficiência da medula óssea. Assim, deve ser feita uma série de hemogramas completos nos gatos que tomam esta droga para monitorar o aparecimento de problemas na medula óssea. 
 
Da mesma forma, gatos com o vírus da imunodeficiência não devem tomar o medicamento.
 
O cetoconazol e itraconazol, duas drogas que ainda não foram liberadas nos Estados Unidos para tratamento da dermatofitose, têm sido utilizadas como alternativa à griseofulvina nos animais que não toleram este medicamento. Normalmente, a griseofulvina é segura para cães.
 
Foi desenvolvida uma vacina contra Microsporum canis para gatos, mas sua segurança e eficácia ainda necessitam ser pesquisadas. O uso da vacina pode ser recomendado nos casos mais resistentes de dermatofitose. Pode ser muito difícil erradicar infecções em casas ou centros de reprodução onde há muitos gatos e geralmente é necessário consultar um dermatologista veterinário. As pessoas que cuidam dos animais infectados devem usar luvas e seguir uma série de recomendações para evitar a infecção, inclusive a desinfecção minuciosa do ambiente interno. Se ocorrer infecção em seres humanos, deve-se procurar um médico imediatamente. 
 
 
PREVENÇÃO
 
Evitar áreas geográficas suspeitas de abrigar os esporos dos fungos. O meio-ambiente do animal, escovas, lençóis e outros objetos potencialmente contaminados devem ser desinfetados periodicamente com uma solução de uma parte de água sanitária para dez de água.
 
Em casas onde há vários animais, deve-se fazer cultura de fungos de todos os animais, mesmo os que não apresentem sinais clínicos de infecção. Alguns animais, especialmente os gatos de pêlos longos, podem ser portadores assintomáticos da dermatofitose por longos períodos. O veterinário poderá indicar medidas adicionais de prevenção.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Meu cãozinho é Criptoquirda? O que é isso?

Criptorquidismo (do grego: testículo escondido) é uma alteração reprodutiva de machos, caracterizada pela ausência do deslocamento de um ou de ambos os testículos da cavidade abdominal para o escroto. Criptorquidismo unilateral é o termo correto para se definir a ausência de um único testículo no escroto e criptorquidismo bilateral refere-se à ausência de ambos. O testículo pode estar retido no tecido subcutâneo da área pré-escrotal, no abdome ou na área do anel inguinal. Nos cães, a formação do tubérculo urogenital no feto se dá ao redor de 24 dias de idade gestacional, a formação dos testículos com 29 dias e o início da fase de migração transabdominal aos 42 dias. A fase de migração inguino-escrotal se inicia ao redor de 4 a 5 dias após o nascimento.
                                                 Cão com criptorquidismo.

 O processo de descida testicular deve completar-se até os seis meses de idade, quando, na maioria dos cães, o anel inguinal se fecha. Porém, os testículos podem ser palpáveis no interior do escroto em períodos que variam de 10 a 42 dias de idade. Criptorquidismo é uma afecção causada por fatores genéticos mas tem componentes endócrinos e extrínsecos. Existe um envolvimento considerável de fatores genéticos em doenças relacionadas anomalias do cromossomo X, entre elas o aparecimento de criptorquidis-mo. Outros defeitos congênitos parecem estar associados ao criptorqui-dismo incluindo hérnia inguinal, displasia coxofemoral, luxação de patela e defeitos do pênis e prepúcio. Por conceito, o criptorquidismo é uma doença hereditária autossômica, ligada ao sexo. Portanto, embora somente os machos manifestem os sintomas, as fêmeas podem ser portadoras do gene responsável. Acredita-se que a doença seja poligênica. Existem vários sintomas associados ao criptorquidismo, variando de acordo com a idade e a localização do testículo, tais como: esterilidade, distúrbios de comportamento, aumento de sensibilidade local, dermatopatias, alterações neoplásicas dos testículos, entre outros. Quando o criptorquidismo for bilateral o animal será estéril. Entretanto, nos casos de criptorquidismo unilateral o testículo em posição escrotal terá espermatogênese normal, sendo comum a oligospermia. O cão criptorquídico pode apresentar modificações de comportamento como: hipersexualidade, excitabilidade, irritabilidade e tendência à agressividade. Ainda, as neoplasias em testículos ectópicos podem acentuar sobremaneira esta alteração comportamental, além da diminuição da fertilidade, do alto risco de torção do cordão espermático e todas as complicações clínicas e cirúrgicas pela presença do tumor.
                                         Ultra-sonografia delimitando um testículo ectópico.

 O exame ultra-sonográfico pode ser de grande valia, pois permite identificar o testículo ectópico bem como alterações morfológicas do mesmo. É preciso ressaltar que a conduta expectante até o sexto mês de idade do animal é recomendada, antes de se estabelecer o diagnóstico definitivo. O diagnóstico deve ser feito através de inspeção visual e palpação cuidadosa do escroto. Entretanto, a gordura escrotal em excesso e os linfonodos inguinais podem ser confundidos com testículo ectópico. O testículo retido é menor em tamanho e peso (caso não haja neoplasia) em relação ao que está localizado no escroto. O tratamento para o criptorquidismo pode ser medicamentoso ou cirúrgico. A escolha da melhor conduta a ser realizada depende da idade do animal e da sintomatologia envolvida. Por ser uma afecção comprovadamente hereditária, o tratamento medicamentoso único corresponde a uma conduta questionável do ponto de vista ético. Porém, para cães jovens (até 16 semanas) que apresentam a ectopia testicular de difícil acesso cirúrgico, pode-se optar por tratamento medicamentoso inicialmente, no sentido de promover a descida testicular artificialmente para em um segundo momento proceder-se a terapia cirúrgica. O tratamento medicamentoso pode ser realizado com o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) ou drogas que tenham ação semelhante ao hormônio luteinizante, como por exemplo, a gonadotrofina coriônica humana. A terapia de escolha para o criptorquidismo é orquiectomia bilateral, por reduzir as chances do desenvolvimento de neoplasias testiculares e a possibilidade de transmissão genética do problema. Dentre as possibilidades de correção cirúrgica, pode-se realizar a orquiopexia ou reposição do testículo ectópico, entretanto essas são condutas que não interrompem a descendência genética da afecção, desta forma não recomendável. O prognóstico para a vida do animal é excelente quando o tratamento é realizado de forma a evitar o comprometimento neoplásico do testículo ectópico. Em contrapartida, o prognóstico para a vida reprodutiva é ruim. Conclusão O criptorquidismo é uma afecção bastante comum na clínica de pequenos animais. Porém, o desafio maior em relação a este problema é o estabelecimento de formas de controle e propagação do defeito em famílias e populações de cães. O controle definitivo do criptorquidismo só é possível por meio de melhoramento e aconselhamento genético conscientes. Para este fim, conhecimento acerca das características do problema são fundamentais. Por exemplo, sabendo-se tratar de uma afecção hereditária, o tratamento cirúrgico definitivo é o de eleição. Ainda, por ser uma alteração autossômica, ligada ao sexo, a transmissão do defeito genético pode ocorrer tanto através do macho como da fêmea. Portanto, a matriz e o reprodutor dos quais o cruzamento resultou em filhotes criptorquídicos, devem ser afastados da reprodução.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Os animais enxergam Cores?

Existem dois tipos de células sensíveis à luz no olho: os cones e os bastonetes, cujos nomes respondem à forma destas células. Cada uma delas é especializada em um aspecto distinto da captação de luz: enquanto os bastonetes respondem à intensidade luminosa (níveis baixos ou altos de luz), os cones lêem as freqüências da luz, que, na banda visível do espectro eletromagnético, são o que conhecemos como cores. Assim, os bastonetes nos ajudariam a ver de noite ou com pouca luz e os cones nos permitem perceber distintas cores. Tanto nos bastonetes como nos cones, existem moléculas de um tamanho relativamente grande que absorvem os fótons que chegam a elas e que são as que produzem finalmente impulsos elétricos no nervo óptico. A distinção de cores está baseada em dois aspectos: 1. A quantidade de cones diferentes que possua o animal: cada tipo de cone percebe uma freqüência luminosa diferente. Por exemplo, no caso do homem, possuímos três tipos diferentes de cones que respondem a três freqüências diferentes: luz azul, luz verde e luz vermelha. Possuímos até seis milhões de cones em nossa retina. 2. Como o cérebro do animal interpreta posteriormente a combinação das freqüências diferentes que recebe: para que um animal possa perceber um mundo em cores, precisa ter pelo menos duas classes diferentes de células sensíveis à cor em seu olho, os cones, e um cérebro que possa entender as mensagens que recebe destas células. Os casos de alguns animais: Um cachorro pode ver em cor, mas não tantas cores como os homens, já que possui só dois tipos distintos de cones. Por exemplo, o cachorro pode distinguir o azul do amarelo, do vermelho ou do verde, mas não pode distinguir o vermelho do verde. O esquilo e o gato possuem também só dois tipos diferentes de cones. Uma pomba pode perceber mais cores do que um humano já que possui até cinco tipos diferentes de cones. A borboleta possui quatro tipos diferentes de cones. Um tipo de camarão tem pelo menos 12 classes de células sensíveis à cor e provavelmente seja o animal que mais cores perceba.
No outro extremo, podemos encontrar casos de animais que não possuem cones e só disponha de bastonetes em seu olho. Eles não poderão perceber cor alguma, apens mudanças de intensidade de luz. Seu mundo é um mundo de sombras, no qual as sombras menos escuras correspondem a mais luz e as menos escuras, a menos luz. Este é o caso, por exemplo, das salamandras. Também não verá a cor um animal que, além de bastonetes, só possua um tipo de cone (são necessários dois, no mínimo, para distinguir cores). Assim, seu mundo não será em escala de cinzas como, no caso da salamandra, mas na escala da única cor que percebam seus cones. Isso é que acontece com o polvo. Existem no reino animal outros casos de animais que percebem um mundo de sombras mas não devido aos bastonetes de seus olhos, mas graças as manchas oculares, sistema parecido com os bastonetes localizados por todo o corpo. É o caso das minhocas de terra, que possuem centos destas manchas oculares sob a superfície da pele, perto de sua cabeça e de sua cola. Uma minhoca usa suas manchas oculares para permanecer em lugares escuros e frios. Se ela fica exposta ao sol por muito tempo, se desidrata e morre. O mesmo ocorre com os micróbios unicelulares, as sanguessugas e as medusas do mar. As estrelas do mar também vêem só luz e escuridão, mas mediante um mecanismo distinto: o das copas oculares. Elas têm uma copa cheia de células fotosensíveis dentro da ponta de cada braço (a propriamente denominada copa ocular). Uma estrela de mar pode ver em muitas direções movendo seus braços e pode projetar suas copas oculares para fora para ver melhor. Outros animais com copas oculares são os vermes marinhos, alguns moluscos, os crustáceos e as larvas de animais marinhos. A quantidade de bastonetes que um animal possui faz com que sua visão noturna seja melhor. É o caso de caçadores noturnos, como o cachorro. Os caninos vêem na escuridão de 4 a 5 vezes melhor do que o ser humano. Ainda há o caso de animais que possuem células sensíveis a freqüências que ficam em faixa do espectro eletromagnético não visível para os olhos humanos. É o caso das abelhas, que vêem a luz ultravioleta (UV), uma freqüência que é invisível para nossos olhos. As abelhas usam esta visão em UV para ver os padrões das pétalas florais, os quais lhe indicam onde se encontra o néctar.
A Visão dos Cães
"Todos os cães são míopes e têm uma visão ruim à distância. Algumas raças, pela característica anatômica dos olhos e da órbita, podem ter um menor grau de miopia. Esta miopia explica alguns ataques de cães a seus próprios donos à noite, quando o animal enxerga menos ainda e às vezes, pela direção do vento, não pode sentir o cheiro dos mesmos." As pessoas são capazes de andar repetindo coisas, absolutamente técnicas, sem sequer pensar um pouco no assunto. Lembre-se que já provaram que a terra era achatada, sustentada por quatro colunas as quais, ficavam nos cascos de quatro tartarugas gigantes.... só não conseguiram explicar onde ficavam essas tartarugas, que teriam que andar sincronizadas para não cair o mundo, e do que elas se alimentavam. Com essa estória é a mesma coisa, querem ver? Impressionante foi o fantástico oculista que fez o exame de vista nos cães para diagnosticar a miopia. Fico me perguntando quais teriam sido as letras que os cães teriam que ler, ou então, como o oculista hi-tech, que realizou o exame por computador, pediu que o cão ficasse paradinho, com a testa colada no anteparo, olhando fixo, dentro do cinescópio, para o sino da torre da igreja... etc. etc. Estudando, um pouco apenas, de etologia, leremos algo sobre o nível de importância dos sentidos caninos em relação aos sentidos humanos. Um cão não reconhece uma fotografia, mas é capaz de assistir televisão. Porque? Porque os cães não estão preocupados (como nós) com a forma dos objetos. Para eles, pouco importa se você tem olhos azuis, se usa barba, brincos, óculos ou outra indumentária qualquer. O importante para os animais são os rituais... do amor, de submissão e apaziguamento, da liderança etc. Quer dizer: o movimento. Na televisão, a imagem tem movimento.
Eles reconhecem o dono pela maneira com que se movimenta, sem se importar se está de máscara ou de batom. Se chegar de porre e falando mole, já viu, né? Assim como, para nós, o sentido da visão é o mais importante e, através do qual, reconhecemos as pessoas, o sentido mais importante para os cães é o olfato, através do qual, ele, ao nascer, antes de abrir os olhos e os ouvidos já encontra as tetas da mãe. "Atualmente, a hipótese mais aceita é a que os cães são capazes de enxergar apenas algumas cores, como azul e amarelo. As demais cores seriam detectadas como variações de cinza." Mais impressionado ainda fico com certas teorias que jamais poderão ser comprovadas. As pessoas viajam legal... Até hoje ninguém sabe como um daltônico vê. Só se sabe que certos comprimentos de onda não são percebidos ou são confundidos, por deficiência genética dos cones e bastonetes que formam a retina, mas ninguém jamais ficou daltônico e, menos ainda, deixou de ser daltônico para contar qual é a diferença. Tanto é que existe um teste... Você consegue ler o que está escrito dentro do círculo? Um daltônico não... e daí? Entretanto, esses cientistas hi-tech já sabem descrever até quais as cores que os cães não vêem. Alguns chegam até a afirmar, garantindo, que os cães vêem em preto-e-branco. (Fotos do livro A Linguagem das Cores de Bruno Tausz - 1976) O preto-e-branco não existe na natureza. Foi criado pelo homem para suprir sua incompetência de representar as cores: pegou um galho queimado e riscou na pedra das cavernas. As cores obtidas através de pigmentos de terra vieram depois. As fotos em preto-e-branco, também, surgiram devido a incapacidade inicial de representar as cores. O órgão da visão (independente de que animal seja) percebe os comprimentos de onda da luz refletida pelos objetos. Dependendo do pigmento, da cor, parte da luz incidente nos objetos será refletida e a outra parte absorvida, a retina será atingida e perceberá somente a porção de luz refletida. Os objetos de cor preta absorvem a totalidade das ondas eletromagnéticas do espectro visível incidente e os objetos brancos refletem todos os comprimentos de onda, independente da intensidade da luz incidente. Mais luz, o objeto parecerá mais claro, menos luz, mais escuro. Os cães vêm as formas e as cores da mesma forma que nós, só que a hierarquia de importância dos sentidos é completamente diferente da nossa: Humanos: 1- Visão; 2- Tato; 3- Audição; 4- Olfato; 5- Paladar. Caninos: 1- Olfato; 2- Audição; 3- Visão; 4- Tato; 5- Paladar O olfato, para os cães, é tão importante que três ou quatro minutos após o nascimento, com os olhos e os ouvidos ainda fechados, os nascituros conseguem, pelo faro, encontrar as tetas da mãe sem que ninguém lhes tenha ensinado. Pela seqüência, os ouvidos, abrem-se após alguns dias e o cachorro começa a se familiarizar com os sons ambientes. Aos dez para doze dias abrem-se os olhos. Entre os humanos, alguns já nascem abrindo os olhos... Os predadores, de acordo com a ecologia (equilíbrio das forças da natureza), também obedecem às leis do menor esforço e preferem caçar animais debilitados, moribundos e feridos. O instinto de caça excita os predadores, inclusive o cão, quando vêem um animal fugindo. É visceral, atávico! Por isso, a pior coisa que você pode fazer ao ficar com medo de um cão é fugir. Se você amarrar um barbante num bichinho de pelúcia e movimentá-lo fazendo o ritual de fuga, um filhote, de qualquer raça, ficará excitado para pegá-lo. Dessa maneira, mais importante do que a fisionomia ou a expressão das pessoas, os animais se atém aos rituais de submissão e apaziguamento, de caça e dos jogos eróticos de sedução (hierarquia, alimentação e perpetuação das espécies).

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Olho Seco

O olho seco é uma condição muito vista na rotina clínica. Consiste em uma deficiência na porção aquosa do filme lacrimal, resultando em ressecamento do olho e muitas vezes inflamação do local com produção abundante de secreção. Várias raças são acometidas, sendo o bulldog inglês uma das raças mais comuns. Não há hereditariedade – herança genética do pai ou da mãe – comprovadamente relacionada, assim sua apresentação é individual de cada cão.
Os sinais clínicos apresentados são:
• Secreção ocular purulenta, principalmente ao acordar;
• Hiperemia (vermelhidão) do olho;
• Pigmentação do olho;
• Aparecimento de úlceras de córnea.




O diagnóstico é realizado pelo médico veterinário – de preferência um especialista em oftalmologia – através do exame detalhado do olho. Utiliza-se o Teste Lacrimal de Schirmer que determina quantidade de lágrima produzida, quando a produção é inferior ao mínimo aceitável determina-se a presença do olho seco. Também utilizamos colírios específicos para diagnosticar úlceras de córnea que são uma conseqüência do olho seco.
O tratamento utilizado inclui o uso de colírios por algum tempo enquanto outros são mantidos como uso contínuo. É importante a realização do tratamento corretamente, e fundamental que o colírio de uso contínuo seja mantido, mesmo que o cão melhore e pareça ter seu problema sanado.
O olho seco é uma patologia que tem tratamento, mas não uma resolução definitiva que exclua o uso de colírios ou pomadas oftálmicas. Assim exige uma manutenção constante do filme lacrimal do olho, pois caso as medicações sejam retiradas a deficiência na produção da lagrima irá retornar e o olho seco também.
Foto: bulldog inglês fêmea com olho seco e úlcera de córnea na porção inferior, olho está corado com colírio de Fluoresceína (cor alaranjada) que permite a identificação da lesão na córnea.