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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vacina Contra Dermatofitose - BIOCAN® M PLUS

A grande novidade é que já existe a Vacina  para  a Dermatofitose  e ela pode usada tanto para prevenção da doença quanto para tratamento. Já estou realizando a vacina em meus pacientes e estou obtendo ótimos resultados. Segue algumas informações importantes sobre a vacina.
BIOCAN® M PLUS – VACINA CONTRA A DERMATOFITOSE CANINA E FELINA.


De acordo com o importador, a vacina Biocan® M Plus:

• age somente contra o dermatófito (fungo) Microsporum canis;

• pode ser utilizada a partir dos 3 meses de idade (cães e gatos);

não pode ser utilizada em fêmeas grávidas;

• tem ação profilática (evita a doença) e terapêutica (cura a doença);
"No esquema de vacinação, tanto preventivo quanto terapêutico, os animais vacinados pela primeira vez devem receber uma dose de reforço com um intervalo entre 14 e 21 dias.";
• "No caso de vacinação com finalidade terapêutica, uma terceira dose da vacina deve ser aplicada, se necessário, com 21 dias após a revacinação, e repetida anualmente a critério do Médico Veterinário."

Os Gatos Brancos de Olhos azuis e a possível surdez.

O gato branco
Chamam-lhe o Snowcat, porque não são raras as vezes em que é encontrado na neve. O pêlo branco de um nfo w é derivado à ausência quase total de pigmentação e pode resultar de três causas genéticas possíveis:
1. Albinismo 
O processo é facilmente identificado porque os gatinhos nascem com os olhos cor-de-rosa ou de um azul muito ténue.
2. Spotting branco completo
Os gatinhos que apresentam alguma cor não branca quando são bebés tornam-se brancos completos por acção em larga escala do gene spotting ou seja pela multiplicação do espaço que ocupam as manchas de branco.
3. Branco dominante 
Trata-se do gene W, dominante sobre todos os outros, ou seja, cobre na totalidade qualquer outra cor que exista por baixo. É a origem mais comum de gatos brancos.
O branco é então uma capa do que está por baixo. Uma máscara, que dificulta o trabalho dos criadores. Estes apenas conseguem adivinhar a verdadeira cor do progenitor depois de algumas ninhadas e com o estudo atento do pedigree dos progenitores.
Nos cruzamentos, um branco que esconde vermelho por baixo funciona como se fosse um gato vermelho. O mesmo acontece se for preto, azul ou creme, agouti ou não agouti. Na prática, um gato branco pai ou mãe só garante uma coisa: há forte probabilidade da existência de gatos brancos na ninhada. Isto porque, devido a ser dominante, basta que o gene seja transmitido ao descendente para que este passe a ser branco também.

W
w
w
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ww
Resultado: 50 por cento de gatos brancos, 50 por cento de não brancos.
NOTA: crê-se que o homozigótico WW não chega a nascer, por não conseguir subsistir, e essa é uma das razões mais fortes por que não se devem cruzar dois gatos brancos.

W
W
W
WW
WW
w
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Ww

A surdez no gato branco
É um campo muito sensível na criação e sem dados científicos ainda. A única conclusão que existe é que se pode medir o grau de surdez através de um teste chamado BAER. Este teste não existe em todos os países europeus, mas é praticado de forma bastante comum na Escandinávia. Deverá ser o plano mínimo de sustentação da criação com gatos de cor branca.
Neste ponto específico, há várias teorias, tendo algumas sido colocadas em causa recentemente.

Acredita-se que:

- os gatos brancos com olhos azuis têm mais probabilidades de ser surdos do que os de olhos cobre (laranja) ou díspares (um azul, outro laranja);
- os gatos brancos cuja causa foi o gene branco dominante (W) são mais facilmente surdos do que os que derivam do gene spotting em larga escala e do albinismo, que são paradoxalmente menos comuns;

- os gatos brancos com um dos pais vermelho ou creme têm menos probabilidades de ser surdo.

As dúvidas sobre isto são muitas e parece que não vão acabar tão cedo. Recordo que o que está escrito acima são apenas teorias. Não existem provas científicas de qualquer uma delas.

O gene epistático W e a surdez
«O gene que faz com que o gato seja puramente branco é dominante. Este alelo inibe o funcionamento normal da coloração celular, logo nenhuma cor é produzida. Um gato completamente branco carrega os genes para vermelho/preto (red/black), agouti/não-agouti, diluidor/não-diluidor, etc. O gene para o branco é epistático.
Gatos puramente brancos têm frequentemente um sinal colorido na cabeça quando nascem. Ele desaparece quando o gato desenvolve o seu pêlo de adulto. O sinal pode revelar que cor o gato tem atrás do branco.
Os gatos brancos têm olhos amarelos, azuis ou um branco e outro azul (gato de olhos ímpares/ odd-eyed). Não conhecemos como a cor dos olhos neste caso é herdada.
Os gatos brancos são frequentemente surdos. Isto deve-se a uma mudança degenerativa da cóclea no ouvido interno. A surdez é definitivamente mais comum em gatos brancos de olhos azuis do que nos de olhos amarelos, mas existem gatos bancos de olhos amarelos que são surdos e gatos brancos de olhos azuis que têm audição normal. Gatos podem igualmente ser surdos em apenas um ouvido. Gatos com olhos ímpares (um azul e outro amarelo) são frequentemente surdos de um ouvido e justamente a surdez manifesta-se no posicionado no mesmo lado do olho azul. “ PAWPEDS
Algumas ideias para completar o artigo de cima: crê-se que o gato WW não existe, ou seja um branco com dois genes epistáticos dominantes. Ele morrerá ainda no útero e é uma forte razão para não criar com dois brancos (Ww + Ww)... Tabela de Punnett: 25% WW (que não nascem), 50% Ww (brancos heterozigóticos) e 25% ww (não brancos!).
Há uma incorrecção no texto traduzido do Pawpeds. Odd-eyes ou olhos díspares não designam um olho azul e outro branco mas sim um olho azul e outro não azul (laranja, ou seja, castanho ou verde). Aliás, acredita-se que o azul é precisamente a ausência de cor nas células do olho.
O W dominante bloqueia a migração das células que se encarregarão da produção de cor por todo o corpo (atenção, isto não é linguagem científica) a partir da crista neural (situada no tubo neural ainda no embrião, que será o precursor do sistema nervoso central com a formação do cérebro e da espinal medula) e o resultado é um manto branco completo. Às vezes nos bebés falha apenas o topo da cabeça com uma pequena zona colorida (a cor que W impediu que se desenvolvesse) mas desaparecerá em adulto.
O problema é que o W epistático pode também impedir que as células encarregues de produzir o sistema auditivo viajem por completo para o respectivo local originando uma deficiência e a surdez, que pode ser unilateral (um ouvido) ou bilateral (os dois).
E ainda esse mesmo W epistático dominante (Ww) pode impedir que as células responsáveis pela formação da cor dos olhos viajem também da crista neural para o seu local resultando em total ausência de cor, ou seja... olhos azuis!! Também aqui a expressão pode ser bilateral (dois olhos azuis) ou unilateral (olhos díspares)... ;)))
Parece haver uma forte relação entre a expressão do gene W epistático e a presença de olhos azuis e surdez. Quanto mais forte a expressão maior a probabilidade. Daí a maior presença de surdez em gatos de olhos azuis. Mas um gato branco pode evidentemente ser surdo. Depende do que o W deixa passar!
A geneticista Lorraine Shelton (EUA) defende nas suas teses a esterilização de todos os gatos brancos de olhos azuis e a sua remoção dos planos de criação. Mas não deixa de ser polémico...
Atenção que este gene - o W epistático (Ww) - não tem nada a ver com o branco em algumas partes do corpo, mesmo em caso de gatos van ou arlequins. Esse é outro gene, é designado por "S" e é de dominância incompleta.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Leishmaniose

O que é leishmaniose?
A Leishmaniose canina é uma doença parasitária transmitida pela picada do mosquito infectado (fêmeas da espécie Lutzomia longipalpis - também conhecido por mosquito-palha). Trata-se é uma doença sistêmica grave, de curso lento e crônico. Trata-se de uma zoonose portanto merece sua importância na saúde pública
O calazar canino, do ponto de vista epidemiológico, é considerado mais importante que a doença humana, pois além de ser mais prevalente, apresenta um grande contingente de animais infectados com parasitismo cutâneo, que servem como fonte de infecção para os insetos vetores. Estas características tornam o cão doméstico o principal reservatório do parasito. Durante epidemias o homem também pode servir como reservatório do parasito, para a infecção do inseto vetor.
Sintomas:
  • Perda de peso e/ou falta de apetite
  • Apatia e debilidade
  • Seborréia, feridas que não cicatrizam
  • Crescimento rápido das unhas
  • Anemia
  • Inchaco dos ganglios
  • Insuficiencia Renal
  • Diarreias persistentes, vomitos
  • Lesoes Oculares (conjuntivites)
  • Hemorragia nasal (epistaxe)
  • Ferimentos ao redor dos olhos e na pele
Vale a pena lembrar que a grande maioria dos cães, 60% são assintomáticos
Como prevenir?
Pode-se prevenir a leishmaniose através na vacina leishmune, uso de coleiras apropriadas e repelentes a base de citronela de preferência. O flebótomo , o mosquito-palha, é um inseto bem pequeno e costuma se reproduzir em locais com muita matéria orgânica em decomposição. Portanto evitar acúmulos de lixo de casa é uma maneira contribuir para a saúde do meio ambiente e ao mesmo tempo evitar a proliferação dos mosquitos. Lembre-se lugar de lixo é no lixo
Controle da Doença:
A expansão da doença canina e seu potencial zoonótico levaram, por parte das autoridades sanitárias, o direcionamento do controle para a população canina, baseado no inquérito sorológico e sacrifício dos cães positivos. Com a argumentação de que a carência econômica existente no país aumenta o contingente de humanos susceptíveis, em decorrência principalmente da desnutrição e condições inadequadas de vida, o sacrifício dos cães tem sido nas últimas 4 décadas a base de controle adotada no Brasil. Esta prática é hoje inaceitável na Europa e cada vez mais contestada pelos proprietários de cães e pela comunidade de veterinários de pequenos animais, sobretudo pelo crescente número de publicações científicas sobre o tratamento canino.
Os esforços para o controle dos vetores são direcionados, principalmente para as formas adultas dos flebótomos, pois os criadouros da maioria das espécies são ainda desconhecidos. O uso de inseticidas residuais (DDT, fosforados e piretróides sintéticos) no interior das casas e abrigos de animais é considerado eficiente para reduzir a população peridoméstica dos flebótomos e conseqüentemente a transmissão parasitária. Entretanto o efeito é temporário e exige um programa contínuo. No Brasil as ações de controle do vetor foram sempre descontínuas por diversas razões. A liberação de verbas, a alocação e contratação de mão-de-obra dependem de decisões políticas orçamentárias. Os programas que são implementados não surtem o efeito esperado e como conseqüência ocorre a reinfestação dos ambientes e reaparecimento de casos humanos e caninos de calazar. Ainda não foram relatados, no Brasil, casos de resistência aos inseticidas comumente utilizados.

A eutanásia de cães soropositivos é uma medida de controle recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), contudo a própria entidade reconhece que existem cães de grande valor afetivo, econômico e prático e por isso não podem ser indiscriminadamente destruídos. Profissionais ligados aos órgãos públicos de controle a leishmaniose visceral observam que o momento da busca do cão para eliminação é carregado de forte componente emocional, significando a determinação da “sentença de morte” para um “membro da família” dada a significância que o cão tem no ambiente familiar. Este sentimento faz com que muitos proprietários de cães não aceitem esta estratégia de controle, proporcionando alto índice de recusas, contribuindo para a manutenção da cadeia de transmissão. São necessárias, adoção de medidas alternativas que possam suprimir esta lacuna no controle, além de diminuir o ônus emocional que a mesma representa.
Entretanto, a resistência por parte dos proprietários em entregar os cães para a eutanásia, baseia-se não somente no papel que o cão assume no contexto familiar. Principalmente nos meios urbanos, estes animais executam diversas funções como: guarda, salvamento, guia de paraplégicos, prática de esportes, repressão à criminalidade e ao tráfico de drogas, além do valor cinófilo de alguns exemplares.
O conhecimento de que a doença canina não é uniformemente fatal e que alguns cães podem apresentar cura espontânea, levou a comunidade científica médico-veterinária à experimentação de tratamento dos animais. Os resultados obtidos conduziram a protocolos bem sucedidos já aplicados em alguns países. A OMS reconhece que a eutanásia dos cães infectados, na maioria dos países, se reserva cada vez mais para casos especiais, como resistência aos fármacos, recaídas repetidas ou situações epidemiológicas perigosas, pois a maioria dos veterinários preferem administrar um tratamento antileishmaniótico, acompanhando atentamente as recaídas.

Os mesmos estudos indicam que a opção pela eliminação de cães, deveria ser em escala de importância, a terceira medida adotada. Outra crítica a esta opção, é a pouca agilidade observada entre a coleta de material, realização do diagnóstico e a ação de busca de cães infectados e sua eliminação, caso fosse realizada de forma ideal, isto é, baseada em melhores técnicas diagnósticas de forma ágil, poderia resultar em algum impacto sobre a transmissão, porém apenas de forma linear. Neste contexto, os autores verificaram que o tratamento canino reflete significado semelhante ao do sacrifício no controle de leishmaniose visceral canina.
Uma medida direcionada à população canina que não pode ser esquecida é o controle de cães vadios, modestamente realizados nos centros urbanos brasileiros, que deveria ser assumida como prioridade, pois estes animais podem ser veiculadores não somente de Leishmaniose , mas também de outros agentes zoonóticos.
Tratamento:
O tratamento do calazar canino é visto, no contexto do grande avanço de qualidade da assistência veterinária. As opções de protocolos distintos conferem aos pacientes grandes possibilidades de melhora clínica e menores índices de recidivas. Entretanto, são prolongados com o tempo tornam-se caros e em alguns casos são ineficientes.
A opção pelo tratamento de um cão com calazar deve considerar parâmetros ligados à condição clínica do paciente e a participação consciente do proprietário, os quais irão determinar os critérios de tratamento e sua viabilidade. O paciente deve ser avaliado pelo médico veterinário através de detalhado exame clínico e laboratorial, que inclui a confirmação do diagnóstico sorológico, com determinação do limite da diluição positiva e da presença do parasito em amostra de pele, punção de linfonodos e de medula óssea, através de técnicas citológicas ou histológicas. Exames complementares de hemograma, testes bioquímicos de função renal e hepática e perfil eletroforético das proteínas séricas, permitirão ao clínico prognosticar e decidir sobre a indicação do tratamento. Infecções concomitantes como babesiose, erlichiose, demodicose, escabiose, hepatozoonose, criptococose e dirofilariose devem ser consideradas a fim de se estabelecer a prioridade de tratamento entre as enfermidades diagnosticadas.
Confirmada a doença e apresentando o animal condições para execução do tratamento, é de suma importância o diálogo franco com seu proprietário. O esclarecimento detalhado sobre a doença, sua condição de enfermidade crônica e incurável, a necessidade de medidas profiláticas concomitantes ao tratamento e seus custos devem ser relatados. Entre os custos, incluem-se medicamentos, serviços veterinários e exames laboratoriais realizados trimestralmente.
A opção pelo tratamento só se dará mediante a confirmação da qualidade clínica do paciente associada ao compromisso do proprietário.