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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dermatofitose


 

É uma doença de pele, causada por Fungos:

Microsporum canis, Trichophyton mentagrophytes, Microsporum gypseum, pode se chamada de "micose","tinha", "ringworm"..
 
 
ANIMAIS AFETADOS
 
Cães, gatos, seres humanos, cavalos, vacas e outros mamíferos. A "tinha" ou "ringworm" pode ser transmitida entre pessoas e animais.
 
 
VISÃO GERAL
 
A dermatofitose, que é uma infecção causada por fungos, também é conhecida como "tinha" ou "ringworm" devido à aparência da lesão de pele característica da doença: uma área circular de perda de pêlo com a borda externa alta e avermelhada. Estas lesões são resultado de uma reação inflamatória ao fungo. Cães e gatos são infectados pelo fungo Microsporum canis com maior freqüência, mas outros tipos de fungo também podem causar a dermatofitose.
 
Os gatos, especialmente das raças de pêlos longos, apresentam uma forma de infecção mais generalizada que a dos cães. Estes animais podem ser portadores crônicos do fungo mesmo que não apresentem nenhum sinal da infecção.
 
A dermatofitose pode ser transmitida para os seres humanos; sendo assim, os proprietários de animais infectados devem considerar a possibilidade de deixá-los de quarentena, até que a infecção seja curada. Devem ser tomadas precauções durante o tratamento dos animais, de modo a evitar contaminação humana e ambiental.

                                                                         Microsporum canis em Humanos.
 
 
SINAIS CLÍNICOS
 
Os sinais clínicos incluem alopecia em falhas circulares, descamação, pústulas foliculares, eritema, hiper-pigmentação e prurido. As lesões de pele comumente se localizam na cauda, patas, face e orelhas. As síndromes clínicas, todavia, podem variar. Sendo assim, o diagnóstico da dermatofitose deve ser efetuado em condições diferentes do padrão de outras erupções de pele.

 

 
 
SINTOMAS
 
Pode ser notada perda de pêlo, causando falhas de formato circular. Pode acontecer descamação, pele avermelhada, inchaços ou espinhas, pele escurecida, coceira. A face, orelhas, patas e cauda são as áreas geralmente mais afetadas.

                                                         Forma generalizada no corpo de um gato.
 
 
DESCRIÇÃO
 
A "tinha" ou ringworm (dermatofitose) é uma infecção por fungo que costuma afetar cabelos, unhas e as camadas superficiais da pele. Os tipos mais comuns de fungos observados em cães e gatos são o Microsporum canis, o Trichophyton mentagrophytes e o Microsporum gypseum.
 
Os animais entram em contato com os esporos infectados dos fungos, tanto em ambientes internos quanto externos. O solo contaminado é uma fonte comum da infecção, bem como outros animais infectados com a "tinha". Nem todos os animais que são expostos aos esporos do fungo, desenvolvem a infecção e, mesmo que esta ocorra, o cão ou gato podem não apresentar sinais clínicos da doença, sendo apenas um portador assintomático. O sinal clínico clássico da "tinha" ou ringworm é a falha circular de pêlo com um anel vermelho de inflamação. Entretanto, nem todos os animais infectados têm este tipo de lesão. Na verdade, como os sintomas da doença podem variar muito, a dermatofitose deveria ser considerada como uma possível causa de afecção dermatológica em todos os quadros de erupção de pele.
 
Embora a maior parte dos cães e gatos saudáveis seja capaz de eliminar sozinha as infecções por fungos, alguns casos podem ser bem difíceis de curar. O status de portador assintomático pode complicar as coisas. Como a presença da afecção está oculta nesses casos, os proprietários não sabem como tomar medidas preventivas contra a disseminação da infecção. Os animais que não respondem ao tratamento, especialmente aqueles que vivem em casas com vários gatos, devem ser levados a um dermatologista veterinário.
 
 
DIAGNÓSTICO
 
Após um histórico detalhado e exame físico, devem ser feitos testes para descartar outras afecções dermatológicas com sinais semelhantes, como infecção bacteriana e infestação por parasitas. Uma lâmpada especial, conhecida como lâmpada de Wood, pode ser usada como teste rudimentar de detecção da dermatofitose. Infelizmente, apenas 50% de um tipo específico de fungo, chamado de Microsporum canis fica fluorescente no pêlo do animal, com a cor de maçã verde característica. Sendo assim, um resultado negativo com a lâmpada de Wood não descarta a possibilidade da presença de dermatofitose.

 

                  O Uso da Lâmpada de Wood (foto) pode ajudar no diagnóstico pelo aspecto fluorescente característico.


 
Um método mais confiável de diagnosticar o problema é conduzir uma cultura de fungos em pêlos recolhidos da área em torno da lesão, arrancando-os com um instrumento limpo ou escovando-os com uma escova de dente nova. Para identificar a fonte da infecção, o crescimento do fungo é avaliado sob o microscópio para se determinar o tipo de fungo presente. A análise do material de acordo com o seu crescimento em meio estéril poderá descartar falsos resultados positivos que poderiam, de outra forma, ser causados por contaminação ambiental.
 
O veterinário poderá examinar os pêlos recolhidos ao microscópio para procurar evidências de unidade de fungos associados à raiz capilar. Este exame, no entanto, toma muito tempo e tem uma porcentagem apenas entre 40 e 70 por cento de êxito na detecção da dermatofitose. Em animais com anormalidades dermatológicas sérias, podem ser feitas biópsias de pele. Embora uma biópsia possa indicar uma real infecção por fungo, em vez de sua presença apenas temporária, este procedimento oferece um diagnóstico menos confiável do que a cultura dos fungos. Muitas vezes, este exame é realizado quando as lesões de pele não têm condições para que se faça a cultura para os fungos causadores da dermatofitose.
 
 
PROGNÓSTICO
 
A maioria dos animais saudáveis é capaz de se livrar sozinha de uma infecção por fungo, mas o processo leva meses. Devido ao potencial zoonótico da doença, deve-se procurar tratamento médico para apressar a eliminação da dermatofitose e diminuir a contaminação do ambiente com os esporos infectados por fungos.
 
 
TRANSMISSÃO OU CAUSA
 
A dermatofitose é transmitida pelo ambiente ao animal. O fungo pode infectar os pêlos, unhas ou pele e depois ser passado, através dos pêlos infectados ou escamas da pele, para outro animal. Todos os materiais de dormir, pentes, tesouras de tosa, gaiolas ou qualquer objeto que esteve em contato com o animal tornam-se fontes de infecção em potencial. Outras fontes de infecção incluem terra e roedores. Os fatores de risco incluem má-nutrição, higiene deficiente e aglomeração de animais num mesmo alojamento. Além disto, há um risco crescente para animais que têm o sistema imunológico comprometido em decorrência de doença ou medicamentos.
 
 
TRATAMENTO
 
Como a dermatofitose é uma doença infecciosa, os animais afetados devem ser mantidos em quarentena na casa do dono até estarem curados. Todos os animais afetados ou portadores assintomáticos da casa devem receber tratamento tópico, o que pode incluir a tosa do pêlo e a aplicação de um ungüento antifúngico na pele, ou banhos com xampu e de imersão do cão ou gato com produtos medicinais. O veterinário responsável poderá indicar o melhor procedimento, de acordo com a localização das lesões. Deve-se continuar o tratamento tópico até que a cultura dos fungos dê resultados negativos. Animais que aparentemente não estejam respondendo ao tratamento tópico, de duas a quatro semanas, devem receber medicação suplementar por via oral para erradicar a infecção com mais rapidez. 
 
O medicamento oral antifúngico mais utilizado é a griseofulvina, mas algumas infecções por fungos podem ser resistentes a ele. Ademais, alguns animais, especialmente gatos, não toleram a griseofulvina e podem desenvolver um efeito colateral grave, que é a deficiência da medula óssea. Assim, deve ser feita uma série de hemogramas completos nos gatos que tomam esta droga para monitorar o aparecimento de problemas na medula óssea. 
 
Da mesma forma, gatos com o vírus da imunodeficiência não devem tomar o medicamento.
 
O cetoconazol e itraconazol, duas drogas que ainda não foram liberadas nos Estados Unidos para tratamento da dermatofitose, têm sido utilizadas como alternativa à griseofulvina nos animais que não toleram este medicamento. Normalmente, a griseofulvina é segura para cães.
 
Foi desenvolvida uma vacina contra Microsporum canis para gatos, mas sua segurança e eficácia ainda necessitam ser pesquisadas. O uso da vacina pode ser recomendado nos casos mais resistentes de dermatofitose. Pode ser muito difícil erradicar infecções em casas ou centros de reprodução onde há muitos gatos e geralmente é necessário consultar um dermatologista veterinário. As pessoas que cuidam dos animais infectados devem usar luvas e seguir uma série de recomendações para evitar a infecção, inclusive a desinfecção minuciosa do ambiente interno. Se ocorrer infecção em seres humanos, deve-se procurar um médico imediatamente. 
 
 
PREVENÇÃO
 
Evitar áreas geográficas suspeitas de abrigar os esporos dos fungos. O meio-ambiente do animal, escovas, lençóis e outros objetos potencialmente contaminados devem ser desinfetados periodicamente com uma solução de uma parte de água sanitária para dez de água.
 
Em casas onde há vários animais, deve-se fazer cultura de fungos de todos os animais, mesmo os que não apresentem sinais clínicos de infecção. Alguns animais, especialmente os gatos de pêlos longos, podem ser portadores assintomáticos da dermatofitose por longos períodos. O veterinário poderá indicar medidas adicionais de prevenção.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Meu cãozinho é Criptoquirda? O que é isso?

Criptorquidismo (do grego: testículo escondido) é uma alteração reprodutiva de machos, caracterizada pela ausência do deslocamento de um ou de ambos os testículos da cavidade abdominal para o escroto. Criptorquidismo unilateral é o termo correto para se definir a ausência de um único testículo no escroto e criptorquidismo bilateral refere-se à ausência de ambos. O testículo pode estar retido no tecido subcutâneo da área pré-escrotal, no abdome ou na área do anel inguinal. Nos cães, a formação do tubérculo urogenital no feto se dá ao redor de 24 dias de idade gestacional, a formação dos testículos com 29 dias e o início da fase de migração transabdominal aos 42 dias. A fase de migração inguino-escrotal se inicia ao redor de 4 a 5 dias após o nascimento.
                                                 Cão com criptorquidismo.

 O processo de descida testicular deve completar-se até os seis meses de idade, quando, na maioria dos cães, o anel inguinal se fecha. Porém, os testículos podem ser palpáveis no interior do escroto em períodos que variam de 10 a 42 dias de idade. Criptorquidismo é uma afecção causada por fatores genéticos mas tem componentes endócrinos e extrínsecos. Existe um envolvimento considerável de fatores genéticos em doenças relacionadas anomalias do cromossomo X, entre elas o aparecimento de criptorquidis-mo. Outros defeitos congênitos parecem estar associados ao criptorqui-dismo incluindo hérnia inguinal, displasia coxofemoral, luxação de patela e defeitos do pênis e prepúcio. Por conceito, o criptorquidismo é uma doença hereditária autossômica, ligada ao sexo. Portanto, embora somente os machos manifestem os sintomas, as fêmeas podem ser portadoras do gene responsável. Acredita-se que a doença seja poligênica. Existem vários sintomas associados ao criptorquidismo, variando de acordo com a idade e a localização do testículo, tais como: esterilidade, distúrbios de comportamento, aumento de sensibilidade local, dermatopatias, alterações neoplásicas dos testículos, entre outros. Quando o criptorquidismo for bilateral o animal será estéril. Entretanto, nos casos de criptorquidismo unilateral o testículo em posição escrotal terá espermatogênese normal, sendo comum a oligospermia. O cão criptorquídico pode apresentar modificações de comportamento como: hipersexualidade, excitabilidade, irritabilidade e tendência à agressividade. Ainda, as neoplasias em testículos ectópicos podem acentuar sobremaneira esta alteração comportamental, além da diminuição da fertilidade, do alto risco de torção do cordão espermático e todas as complicações clínicas e cirúrgicas pela presença do tumor.
                                         Ultra-sonografia delimitando um testículo ectópico.

 O exame ultra-sonográfico pode ser de grande valia, pois permite identificar o testículo ectópico bem como alterações morfológicas do mesmo. É preciso ressaltar que a conduta expectante até o sexto mês de idade do animal é recomendada, antes de se estabelecer o diagnóstico definitivo. O diagnóstico deve ser feito através de inspeção visual e palpação cuidadosa do escroto. Entretanto, a gordura escrotal em excesso e os linfonodos inguinais podem ser confundidos com testículo ectópico. O testículo retido é menor em tamanho e peso (caso não haja neoplasia) em relação ao que está localizado no escroto. O tratamento para o criptorquidismo pode ser medicamentoso ou cirúrgico. A escolha da melhor conduta a ser realizada depende da idade do animal e da sintomatologia envolvida. Por ser uma afecção comprovadamente hereditária, o tratamento medicamentoso único corresponde a uma conduta questionável do ponto de vista ético. Porém, para cães jovens (até 16 semanas) que apresentam a ectopia testicular de difícil acesso cirúrgico, pode-se optar por tratamento medicamentoso inicialmente, no sentido de promover a descida testicular artificialmente para em um segundo momento proceder-se a terapia cirúrgica. O tratamento medicamentoso pode ser realizado com o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) ou drogas que tenham ação semelhante ao hormônio luteinizante, como por exemplo, a gonadotrofina coriônica humana. A terapia de escolha para o criptorquidismo é orquiectomia bilateral, por reduzir as chances do desenvolvimento de neoplasias testiculares e a possibilidade de transmissão genética do problema. Dentre as possibilidades de correção cirúrgica, pode-se realizar a orquiopexia ou reposição do testículo ectópico, entretanto essas são condutas que não interrompem a descendência genética da afecção, desta forma não recomendável. O prognóstico para a vida do animal é excelente quando o tratamento é realizado de forma a evitar o comprometimento neoplásico do testículo ectópico. Em contrapartida, o prognóstico para a vida reprodutiva é ruim. Conclusão O criptorquidismo é uma afecção bastante comum na clínica de pequenos animais. Porém, o desafio maior em relação a este problema é o estabelecimento de formas de controle e propagação do defeito em famílias e populações de cães. O controle definitivo do criptorquidismo só é possível por meio de melhoramento e aconselhamento genético conscientes. Para este fim, conhecimento acerca das características do problema são fundamentais. Por exemplo, sabendo-se tratar de uma afecção hereditária, o tratamento cirúrgico definitivo é o de eleição. Ainda, por ser uma alteração autossômica, ligada ao sexo, a transmissão do defeito genético pode ocorrer tanto através do macho como da fêmea. Portanto, a matriz e o reprodutor dos quais o cruzamento resultou em filhotes criptorquídicos, devem ser afastados da reprodução.